quinta-feira, 28 de abril de 2011

ERRO MÉDICO


Mãe da vítima promete lutar com a própria vida para cassar diploma de cirurgião plástico
Médico Samir Kehdi

Acusado de erro médico durante cirurgia plástica que resultou na morte da gerente administrativa, Rosimere Aparecida Soares, em 22 de dezembro de 2007, o médico Samir Kehdi passou pelo segundo julgamento administrativo na noite da última terça-feira (26.04). Contudo, o Conselho Regional de Medicina (CRM) manteve a sentença trazida em segredo de Justiça e a censura pública aplicada no primeiro julgamento - sentença esta, considerada branda demais pela família da vítima.

A mãe de Rosimere, Suedy Soares, afirmou que irá recorrer ao Conselho Federal de Medicina (CFM) e lutará com a própria vida até conseguir a sentença máxima – a cassação do diploma do cirurgião. “Enquanto eu viver, vou lutar com a minha vida. Não tem preço o que ele fez. Ela deixou um filho que não tem ninguém para aplaudir as coisas maravilhosas que ele faz”.

No primeiro julgamento a sentença foi a mesma. Porém, o médico havia conseguido a anulação do mesmo no CFM, alegando “vícios processuais”. De acordo com a advogada de Suedy, Marcela Balieiro Soukef, o primeiro julgamento ocorreu em dois momentos e Kehdi alegou que a participação dos médicos do primeiro dia, não foi a mesma do segundo. “Três deles não compareceram no segundo dia de julgamento e com isso ele conseguiu a anulação. Mas agora não tem como ele conseguir anular novamente, o julgamento foi todo realizado em um momento só”.

“Não posso dizer que estou feliz com o resultado, mas já foi um começo, ele achou que sairia impune. Eu vou continuar lutando, fazendo protestos, faixas e passeatas junto a Associação dos Familiares de Vítimas de Violência de Mato Grosso (AFVV/MT) - que acompanha o caso desde o início. Vou continuar lutando até conseguir fazer Justiça”, disse a mãe.

De acordo com a advogada, o médico também deve recorrer da decisão e tentar imputar a culpa ao anestesista. “Ele sempre diz que o fato ocorreu, pois a agulha da anestesia atingiu um órgão vital e deve recorrer do mérito”. Ainda de acordo com Marcela, pelo corporativismo é difícil agravar a pena.

Na esfera criminal, em 2009 Kehdi foi condenado a um ano e quatro meses de detenção por homicídio culposo – sem intenção de matar – mas a pena acabou sendo revertida em prestação de serviços à comunidade e ele multado em dez salários mínimos. Ambos os lados pediram revisão da pena e os recursos tramitam no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ/MT).


Fonte VGnotícias